Conheça seis instituições que atuam com os direitos das mulheres

Para relembrar a importância Dia Internacional da Mulher, fizemos uma lista com seis instituições que atuam na defesa dos direitos das mulheres no Brasil

08.03.23

No Dia Internacional da Mulher, apoie uma organização feminista

O Dia Internacional da Mulher é uma data histórica que está ligada a manifestações de mulheres nos Estados Unidos e na Europa, no começo do século XX. As manifestações foram iniciadas por direitos trabalhistas e se ampliaram ao longo do tempo para outros locais e direitos. Mas ainda que muitas conquistas tenham sido alcançadas pelas mulheres em todo o mundo desde então, a desigualdade de gênero continua. Por isso, a data se mantém como um momento de reflexão e articulação. Para relembrar a importância deste dia, fizemos uma lista com seis instituições que atuam na defesa dos direitos das mulheres no Brasil.  

Imagem: reprodução Facebook Instituto Maria da Penha

1 – INSTITUTO MARIA DA PENHA

Maria da Penha se tornou um símbolo de luta no combate à violência doméstica contra a mulher. A Lei n. 11.340/2006 foi criada para garantir os direitos de mulheres vítimas de violência no País e leva seu nome como forma de reparação simbólica depois de anos de omissão do Estado brasileiro e de impunidade do seu agressor. Fundado em 2009, com sede em Fortaleza e representação em Recife, o Instituto Maria da Penha (IMP) tem como objetivo estimular e contribuir para a aplicação integral da lei, bem como monitorar a implementação e o desenvolvimento das melhores práticas e políticas públicas para o seu cumprimento, promovendo a construção de uma sociedade sem violência doméstica e familiar contra a mulher. 

https://www.institutomariadapenha.org.br/

2 – ARTICULAÇÃO NACIONAL DAS MULHERES INDÍGENAS GUERREIRAS DA ANCESTRALIDADE (ANMIGA)

Mulheres Indígenas de todo o Brasil se juntaram com seus saberes e tradições para atuar na defesa dos direitos dos povos indígenas e contra a violência de gênero nas aldeias. Entre as principais atuações da articulação, está a organização da Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece entre agosto e setembro em Brasília desde 2019, a luta contra a tese do marco temporal e a defesa das mulheres indígenas em conexão com a defesa dos territórios indígenas e da biodiversidade.

https://anmiga.org/

Imagem: reprodução Facebook Anmiga

3 – REDE FEMINISTA DE JURISTAS

Atuando na defesa e garantia dos direitos das mulheres, a Rede Feminista de Juristas atende, acolhe e fortalece as vítimas de violências estruturais. Criada em 2016, tem como objetivo promover igualdade de gênero e no gênero. Para isso, a rede também está engajada na defesa e proteção de pessoas integrantes de grupos minorizados, em especial as mulheres pretas e pardas, indígenas, mulheres trans, homens trans, população LGBTQIA+, pessoas com deficiência, crianças, adolescentes e idosos. A rede fornece estrutura de acolhimento e suporte multidisciplinar às vítimas de violência e dá acesso à cidadania aos grupos vulneráveis, construindo e consolidando uma corrente feminista interseccional em todos os campos do Direito brasileiro.

https://www.defemde.ong.br/

4 – MARIA MULHER

A ong Maria Mulher começou com um grupo de 30 mulheres, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1987. As mulheres vinham do Movimento Negro, do Movimento Feminista, de sindicatos. Algumas não faziam parte de movimento algum. Trata-se de uma organização pioneira de mulheres negras no Brasil. A missão institucional de Maria Mulher é defender “os direitos humanos das populações marginalizadas e excluídas, principalmente de afrodescendentes, e o combate às discriminações sexista, étnico-racial e social”. Temas como racismo e sexismo, saúde, trabalho, violência racial e representações simbólicas da população negra pautam as ações de conscientização, resistência e atuação social da Organização. 

https://mariamulher.org.br/

Imagem: reprodução Facebook Maria Mulher

5 – REVISTA AZMINA

A Revista AzMina é um veículo jornalístico focado na cobertura de temas diversos com recorte de gênero. Surgiu em 2015, com financiamento coletivo. O objetivo é informar e conscientizar sobre a importância de promover e proteger os direitos das mulheres, ampliar o autoconhecimento e a autoestima de mulheres e produzir evidências para mudanças voltadas à equidade de gênero e raça. Importante ressaltar que a mulher não é vista como uma categoria universal pela revista, o corpo editorial sempre considera “as perspectivas de raça/etnia, classe, orientação sexual e identidade de gênero, incluindo homens trans, transmasculinos e pessoas não binárias na cobertura”. 

https://azmina.com.br/

6 – COLETIVO FEMINISTA SEXUALIDADE E SAÚDE

O Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde é uma organização não governamental localizada em São Paulo, fundada em 1981. Atua na atenção primária à saúde das mulheres, a partir de uma perspectiva feminista e humanizada. Desde sua origem, o Coletivo se estruturou a partir de um consultório próprio e particular e ao longo das décadas pôde desenvolver diversos projetos a partir de financiamentos de organizações internacionais e nacionais e convênios com governos. Oferecendo cursos de sensibilização para questões da saúde da mulher, os primeiros trabalhos do Coletivo Feminista realizaram-se em sindicatos, associações de bairro e outras entidades situadas na periferia de São Paulo e municípios vizinhos como Grajaú, Carapicuíba, Santa Isabel e Guarulhos. 

https://www.mulheres.org.br/coletivo-feminista/

Imagem: reprodução Facebook Coletivo Sexualidade e Saúde

Como surgiu o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher foi proposto pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975. O objetivo é lembrar as conquistas políticas e sociais das mulheres. A data histórica, contudo, já vinha sendo celebrada muitas décadas antes de ser adotada oficialmente. Alguns eventos acontecidos no início do século XX foram decisivos para sua implementação.

No final de fevereiro de 1909, uma passeata juntou cerca de 15 mil mulheres em defesa dos direitos trabalhistas em Nova York. As mulheres trabalhavam até 16 horas diárias, seis vezes por semana, ou mesmo aos domingos e eram as que mais sofriam com a carga excessiva de trabalho. Movimentos similares ganharam espaço e a alemã Clara Zetkin propôs a criação de uma jornada de manifestações durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em agosto de 1910.

A partir de então, o Dia da Mulher passou a ser comemorado em vários países durante o mês de março. Houve também o incêndio que ocorreu na fábrica Triangle Shirtwaist, em março de 1911, em Nova York, nos Estados Unidos, que matou 125 mulheres. As trabalhadoras não conseguiram escapar do incêndio devido às trancas nas portas, uma prática adotada pelos donos das fábricas para controlar a entrada e saída de trabalhadores e trabalhadoras. O desastre costuma estar associado ao início do movimento em torno do Dia da Mulher, ainda que a data já estivesse em discussão nos partidos socialistas.

Movimento Sufragista e Revolução Russa

Outros eventos também foram importantes para consolidar a data histórica: em 1913, as mulheres americanas voltaram às ruas para exigir o direito ao voto nos Estados Unidos, dando início ao Movimento Sufragista. Pouco tempo depois, em 1917, milhares de operárias russas entraram em greve contra a fome e contra a Primeira Guerra Mundial. Muitos historiadores consideram a greve como fundamental para o fim da monarquia czarista, que deu início à Revolução Russa. 

Atualmente, mulheres de várias cidades ao redor do mundo ocupam as ruas no dia 8 de março, quando é celebrado oficialmente o Dia Internacional da Mulher, para manter viva as reivindicações pela defesa do direito das mulheres em diversas frentes, dos direitos trabalhistas ao fim da violência contra mulher, autonomia sobre o próprio corpo, justiça reprodutiva, entre outras.

* Aviso aos leitores: durante o mês de março, a produção do Lupa do Bem irá focar em pautas sobre direitos da mulher, empoderamento e pluralidade feminina, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

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Maira Carvalho
Jornalista e Antropóloga, Maíra é responsável pela reportagem e por escrever as matérias do Lupa do Bem.
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