Sem apoio externo, Associação luta para manter atividades em prol de moradores de Raiz da Serra

Há mais de 30 anos associação de moradores luta para levar cidadania e inclusão para moradores de Raiz da Serra e Magé, Rio de Janeiro através do esporte, arte e lazer

06.02.24

Na distante Raiz da Serra ou Vila Inhomirim, como é conhecido por alguns, um bairro-distrito do município de Magé, no estado do Rio de Janeiro, onde está enterrado o corpo de Mané Garrincha, futebolista carioca, jogador do Botafogo

Ali, num lugar tranquilo com áreas verdes em abundância, funciona a Associação de Moradores, Amigos e Pequenos Produtores de Raiz da Serra, mais conhecida como Associação de Moradores de Raiz da Serra. 

Ela foi fundada em 1º de maio de 1986, uma época em que os associados eram roceiros que tinham plantações de banana e outras, mas com o passar do tempo esses agricultores foram morrendo, os filhos não deram continuidade a esse trabalho e então o atendimento da associação se diversificou e se estendeu a todos os moradores da região e adjacências.

Celso Luiz de Santana, presidente, fala o que representa a instituição para ele e as atividades oferecidas: “A associação é um local onde nos reunimos para tratar dos assuntos pertinentes à comunidade. Aqui realizamos capoeira, balé, boxe, karatê e jiu-jitsu, além de atendermos crianças com transtorno espectro do autismo e outros”.

“E, apesar de a organização não ter recursos próprios, nós temos conseguido realizar festas como no Dia das Mães, Dia das Crianças e no Natal, através do apoio em forma de doações dos moradores da comunidade e pessoas amigas que conhecem o trabalho que nós realizamos aqui”. 

Edson Carneiro, primeiro secretário da associação, mas que também desempenha outras funções como voluntário, diz que para ele o mais importante é que a associação é totalmente voltada para a comunidade e que o tempo doado por cada um é muito útil, não só para as crianças, adultos, adolescentes e idosos que são atendidos, mas também para ele próprio. 

Edina Teixeira da Silva, psicopedagoga e professora especialista da Rede Pública de Magé, Região Metropolitana do Rio, diz que na associação teve oportunidade e se sente agraciada porque a instituição ajudou na conclusão do curso dela. Quando ela precisou de um espaço para realizar seu estágio, atendendo crianças, a associação abriu as portas para ela e continuam abertas e se transformou numa parceria. 

“Hoje atendo aqui na associação mais de oito crianças com autismo e outros tipos de transtornos mentais e tenho também a oportunidade de alfabetizar outras com dificuldades de aprendizado. É muito bacana trabalhar com elas, eu sou até suspeita de falar. É plantar uma sementinha, pois sei que vai germinar e ser um adulto funcional, consciente e cultural. É isso, acho que é uma sementinha que estou plantando”, termina Edina.

Celso complementa: “É uma satisfação muito grande trabalhar para a comunidade. A associação tem muitas atividades e a nossa maior dificuldade é que somos uma instituição sem apoio financeiro externo, mas com a ajuda dos moradores e a força dos diretores, temos cumprido a nossa missão, que é trabalhar em prol da comunidade de Raiz da Serra. O nosso povo merece”.

Ele termina dizendo que o lugar é um local histórico, tem as ruínas do império e outras riquezas, mas infelizmente o poder público ainda não atentou para isso.  O território também é área turística, pessoas de várias cidades visitam o Caminho do Ouro e sobem a Serra Velha da Estrela, que fica entre Magé e Petrópolis. 

Eles lutam para poder fazer com que poder público e a sociedade em geral ajudem a manter a chama desse legado acesa, mas até agora não tiveram ninguém que os ajudasse. 

A Associação precisa de apoio, para ajudar, entre em contato através do direct ou ligue para  (21) 98742-4261

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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