ONG Mulheres que Fazem da CDD oferece cursos de corte e costura e outros serviços gratuitos à comunidade

Com gestão exclusivamente feminina, Mulheres que Fazem da CDD visa garantir geração de renda à população da comunidade

03.08.23

Em ação há 10 anos e registrada em 2022, a ONG Mulheres que Fazem da CDD (Cidade de Deus) é uma instituição com gestão exclusivamente feminina, localizada na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. 

A ONG começou suas ações com um grupo distribuindo quentinhas aos domingos, na comunidade do Karatê. A ideia de criar o projeto partiu desse grupo, enquanto participavam das reuniões. 

O foco do projeto é Trabalho e Renda feminino, segundo Sandra Matos, assistente social e vice-presidente da ONG, “para que as mulheres participantes possam se estabelecer, mesmo sem poder sair de casa, por conta das diversas tarefas domésticas que precisam realizar, além de muitas terem filhos para criar”. 

A atividade de Trabalho e Renda se dá através de uma cooperativa de corte e costura e cultura criativa, que resgata resíduos dentro da própria comunidade, como plásticos, garrafas pet, pneus descartados, restos de tecidos e outros. Com a reciclagem desses materiais são produzidas peças de arte criativa que geram renda. 

Sandra Matos diz que a organização também oferece cursos de corte e costura, design de sobrancelhas, artesanato e barbearia, mas infelizmente não estão acontecendo no momento por falta de professores. A ideia é que a cada dois meses, novos cursos aconteçam. A ONG ainda trabalha a questão do meio ambiente, através da reciclagem.

Mulheres que Fazem da CDD: Serviços jurídicos e outras atividades 

Além dessas atividades, que acontecem quando é possível, a Mulheres que Fazem da CDD presta serviço de assistência social em geral. Sandra Matos é responsável por ações específicas, envolvendo mulheres negras em estado de vulnerabilidade.

Para os jovens é oferecido curso de informática, no contraturno escolar, para que aprendam uma profissão e também com o intuito de afastá-los das ruas. O território possui uma unidade do CEFET (Centro Federal de Estudos Tecnológicos), mas Sandra diz que os cursos ministrados nesta instituição são direcionados para outro tipo de público e não para os moradores da CDD, como a Cidade de Deus é chamada. 

A ONG também presta serviço jurídico através de advogado e, em parceria com a associação de Moradores da Asa Branca, possibilita isenção de documentos e leva para a comunidade, além de levar outros serviços, que são prestados pelo Poupatempo.

E para as crianças são oferecidas atividades lúdicas e pedagógicas. Tem como projetos futuros implantar aula de capoeira, curso de teatro, reforço escolar, e dar atendimento especial a crianças e adolescentes, incluindo adolescentes autistas.

Também é disponibilizado tratamento à base de Auriculoterapia, exames de vista, atendimento Serasa e Limpa Nome.

Insegurança e desafios

Para Sandra, o maior desafio é conviver com a insegurança na localidade. “Há muitas guerras de facções, sem avisos, e isso inviabiliza o funcionamento no horário noturno, ideal para quem trabalha. Sem contar que muitas vezes, quando há tiroteios, nenhuma atividade pode ser realizada”, explica.

Mas ela conta uma vitória: através de muita luta e reivindicação da Mulheres que Fazem da CDD, elas conseguiram a volta dos Correios, que ficou desativado por 12 anos, por questões também de insegurança. Com a volta dos Correios, voltou o serviço de correio comunitário, e o projeto Correio Amigo, que garante o emprego de entregador de carta ao morador da comunidade, por ele conhecer o território. 

A diretoria é composta por Denise, Presidente; Sandra, Vice; Leninha, Tesoureira, Tatiana, Secretária, que trabalham em sistema de revezamento, além dos poucos voluntários, que são moradores da comunidade.

Necessidades 

A Mulheres que Fazem da CDD precisa de professores voluntários de informática, e de uma pessoa voluntária que ensine o manuseio de máquina de costura Overlock, além de voluntários para outras atividades. 

A ONG também precisa de patrocinadores, pessoas físicas ou jurídicas, que financiem a manutenção física do espaço, ou ainda que viabilizem verba para ajuda de custos para os voluntários, como transporte e lanche, pois isso incentiva as pessoas a atender mais dias na instituição. As portas da instituição estão abertas para você, agende uma visita!

Gostou da iniciativa?

A Mulheres que Fazem da CDD está localizada sob o Viaduto da Linha Amarela, dentro do Mercado Popular da Cidade de Deus, na rua Edgard Vernek, 163, Zona Norte do Rio de Janeiro.  

Funcionamento de terça a sábado.

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Para fazer uma doação, faça um Pix para 55 21974919759 (Pertence a Vice-Presidente)

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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