Conheça cinco instituições que atuam com direitos indígenas

Dia dos Povos Indígenas representa a diversidade das populações originárias.

19.04.23

Atualmente, há 305 povos indígenas no Brasil. São cerca de 1,6 milhão de pessoas, segundo dados preliminares do censo de 2022 (IBGE). Isso representa aproximadamente 0,8% da população total do país. Estima-se ainda que há mais de 160 línguas e dialetos indígenas no país. Por estas razões, o dia 19 de abril passou a se chamar oficialmente “Dia dos Povos Indígenas”, em 2022. 

O novo termo substituiu o antigo “Dia do Índio”, considerado genérico e preconceituoso pelos indígenas. Espera-se, assim, que a diversidade cultural dos povos seja respeitada. Dentre os principais direitos que garantem essa diversidade estão o acesso à terra, cuidados específicos com a saúde e alimentação e ações afirmativas. 

Para contribuir com esta data histórica, identificamos, portanto, cinco instituições que atuam com direitos indígenas no Brasil.

1 – Associação Pataxó da Aldeia Pé do Monte (APAPEM)

Reprodução: Associação Pataxó Aldeia Pé do Monte.

Em 2007, jovens pataxós criaram a Associação Pataxó da Aldeia Pé do Monte, em Porto Seguro (BA), para consolidar o etnoturismo local. O Monte Pascoal é considerado a primeira porção de terra avistada pelos portugueses quando eles chegaram por aqui, ao que viria se chamar Brasil. Criado em 1961, o Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal possui cerca de 22 mil hectares e tem sido visitado por turistas em busca de belezas naturais. A APAPEM apoia os pataxós para trabalharem como guias turísticos dentro do parque. Além disso, também atua com produções agrícolas e artesanato. Para mais informações, visite a página da APAPEM no Facebook

2 – Comissão Guarani Yvyrupa (CGY)

direitos indígenas
CGY na comitiva a COP 27 no Egito. Reprodução.

Cerca de 25 mil guaranis vivem atualmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. É o maior povo indígena do Brasil. Porém, é o que menos possui terras demarcadas. A Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) surgiu em 2006, justamente para articular o povo Guarani na luta pela terra. Este ano, a CGY lançou a campanha #DemarcaYvyrupa, de apoio à finalização da demarcação de 12 Terras indígenas Guarani. São áreas que estão prontas para serem regularizadas, mas que tiveram seus processos de demarcação paralisados durante o governo Bolsonaro (2018-2022). Para apoiar a campanha, acesse o site da CGY.

3 – Programa Indígenas Em Contexto Urbano

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Feira de Cultura Indígena organizada pelo Programa Indígenas em Contextos Urbanos, no parque Chico Mendes (2018), São Caetano do Sul. Crédito: Ricardo Quiles. Reprodução.

O “Programa Indígenas em Contexto Urbano” iniciou suas atividades em 1998 e  passou a fazer parte da ONG Opção Brasil alguns anos depois, em 2004. Localizado em São Caetano do Sul (SP), o programa organiza feiras indígenas e atua na identificação e articulação de pessoas e grupos indígenas que moram nas cidades brasileiras. Na Grande São Paulo, por exemplo, vivem indígenas de 80 povos distintos. Ao lado de movimentos e coletivos indígenas parceiros, como Paru de BH, movimento indígena urbano de São Luís (MA) e coletivo Etnocidade de Campinas, formaram a Rede Nacional de Articulação dos Indígenas em Contextos Urbanos e Migrantes (RENIU), em 2020. A rede, além de ser um espaço de acolhimento dos indígenas que vivem em contextos urbanos e fora da aldeia, realiza conferências e produz conhecimento sobre o tema. Saiba mais.

4 – Paraskeués – Podcast para a vida

Divulgação.

Paraskeués é um podcast focado no conhecimento indígena. O programa de áudio tem como objetivo estimular uma reflexão sobre a vida dos povos indígenas e sensibilizar as instituições e o público em geral para a importância da preservação da cultura e seus territórios. Ou como dizem seus realizadores, “fomentar maneiras de se pensar processos de ‘cura’, ou ainda, de enfrentamento do caos”.  A curadoria é de Naine Terena e Flávio Fêo, ambos pesquisadores e professores. As entrevistas com artistas, pesquisadores e ativistas indígenas e parcerias com Tepi Produções e Incluzartis enriquecem a produção. Participações especiais de Ailton Krenak, Denilson Baniwa, Juma Pariri e Rosa Peixoto. Vale a pena conferir! Disponível no Spotify e no Facebook.

5 – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA)

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Líder indígena, Beto Marubo, durante visita a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Reprodução.

A Terra Indígena Vale do Javari foi homologada em 2001 e é considerada a segunda maior no Brasil. A área abrange parte dos municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença, todas no Amazonas, na região fronteiriça entre Brasil e Peru. Com histórico de luta na demarcação de terras indígenas da região desde os anos 1980, a UNIVAJA foi oficializada em 2010. Atuando através de organizações de base, a associação defende os direitos de diferentes povos indígenas do Vale do Javari: Matis, Marubo, Kulina, Kanamary, Korubo, entre outros, incluindo Povos Isolados. Maiores detalhes no site da UNIVAJA.

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Maira Carvalho
Jornalista e Antropóloga, Maíra é responsável pela reportagem e por escrever as matérias do Lupa do Bem.
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