Coletivo RSHA visa promover reparação social e histórica por meio do uso terapêutico da Cannabis Sativa

Coletivo RSHA oferece ações com foco em melhorar a qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade

06.07.23

O Coletivo RSHA é um projeto que atua  no acesso à saúde, informação, formação e oportunidades de crescimento para pessoas pobres, pretas, pardas, indígenas e moradores de favelas do Brasil. É um movimento social coordenado e planejado também por pessoas pobres, pretas e pardas, moradores de periferias, que visa promover reparação social e histórica para esse público por meio  do uso terapêutico da Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha. 

O projeto teve início quando Fran Assis, uma das coordenadoras do RSHA e idealizadora do Movimento Fibrocannabis, reuniu pessoas pretas e pardas, moradores de favelas, pessoas pobres, todos envolvidos em movimentos sociais e antiproibicionistas, que se posicionavam contra ações racistas e excludentes no meio canábico. 

O que levou Fran a ter essa ideia? 

Ela diz que foi uma grande indignação ver pessoas não pretas e elitizadas falando de reparação social sem nenhuma ação e, principalmente, sem a participação efetiva de quem sofre diretamente com o proibicionismo, a discriminação e com a guerra às drogas. Fran se refere às representações de fachada, aos grandes lucros e a compreensão equivocada de que oferecer cota ou isenção é como um tipo de favor. Todos cenários onde pessoas pobres precisam ficar se humilhando e se expondo para conseguir acesso ao tratamento terapêutico com a cannabis. Fran entende que não há justiça sem reparação e que não é possível falar de reparação social sem a participação ativa das pessoas que são alvo dessa ação.

O RSHA oferece suporte para acesso regular e seguro ao tratamento terapêutico com derivados da maconha; educação em saúde com consultoria e suporte para tratamento integrativo numa perspectiva ancestral; encaminhamento médico; oferta de vagas e cotas para cursos de formação, eventos e ações que promovam ascensão e acesso ao público alvo; além de mapeamentos de parceiros e apoiadores.

Quem é o público alvo do Coletivo RSHA?

As ações do RSHA se destinam a pessoas em todo território nacional que sejam pretas, pardas, indígenas, moradoras de favelas e periferias, especialmente pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade financeira. Para ser beneficiado, é necessário o preenchimento dos dois formulários cujos links estão no final desta matéria. Através deles será feita uma triagem e avaliação da necessidade e grau de prioridade de cada candidato.

Fran fala sobre o impacto causado na qualidade de vida das pessoas assistidas. “O coletivo entende que os impactos das ações atuam em toda a rede do coletivo. Todos que participam da rede, não importa de que forma, são beneficiados pelo projeto. Sejam os integrantes do coletivo, que relatam impactos diretos e indiretos em suas vidas e de seus familiares; a troca de saberes, a melhora da qualidade de vida, o empoderamento, o letramento racial, a consciência de raça e classe, o estreitamento de laços afetivos, o acesso a saúde e a aproximação com novos espaços e novas experiências no cenário da maconha. Tudo isso são impactos causados pelo coletivo, além dos pacientes que pontuam outros resultados, como a disseminação de informações sobre a maconha e preconceitos, história, como se deu o proibicionismo e como ele ainda nos atravessa. E também o que são as guerras às drogas e como podemos, enquanto sociedade, impactar as políticas públicas”, diz ela.  

Desafios e vitórias 

A coordenadora Paula Duarte é farmacêutica, chef executiva na área canábica e pós-graduanda em Cannabis Sativa da SBEC. Ela explica que é sempre mais fácil apontar os desafios, nesse caso ainda mais evidente, pois esse é um assunto ainda não legalizado no país e que infelizmente se encontra na esfera da moralidade. Além disso, ela diz que estamos num país com raízes colonizadoras e de políticas atrasadas, com base em pensamentos eugenistas, elitistas, machistas e opressores. Entretanto, segundo a coordenadora, precisamos focar nos nossos avanços e, por consequência, em nossas vitórias, pois os desafios sempre irão aparecer e se dão para nos fortalecer. “Nossas vitórias são palpáveis, mesmo sendo um projeto muito novo, ele já chega em diversos territórios do nosso país”, diz ela.

Veja como ajudar

Você pode ajudar esse projeto a crescer por meio de doações, por Pix ou por meio das campanhas/vaquinhas online do coletivo.

Também será bem-vindo para ser voluntário ou colaborador, de acordo com seu conhecimento na área de tratamento com a cannabis medicinal, ou apadrinhando um paciente e adquirindo produtos da barraca social, como camisas, bottons, ecobags, e outros. Também são oferecidas consultorias, mentorias e cursos.

“Se você acredita que pode contribuir com o projeto, sendo parte dele, para crescer junto e também ser alcançado pela reparação, chega mais!” convida Fran.

Pix: 43.907.685/0001-67 (Movimentos, parceiro do Coletivo)

Quer ser um beneficiário? Então preencha os formulários abaixo!

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Neuza Nascimento
Após ser empregada doméstica por mais de 40 anos, Neuza fundou e dirigiu a ONG CIACAC durante 15 anos. Hoje é estudante de Jornalismo e trabalha com escrita criativa, pesquisa de campo e transcrições. No Lupa do Bem, é responsável por trazer reflexões e histórias de organizações de diferentes partes do Brasil para a "Coluna da Neuza".
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